Para mim um dos mais completos artistas da atualidade. Desde seus primeiros filmes de ação até hoje em dia como produtor e diretor vem se superando a cada trabalho. De forma simples e objetiva consegue lapidar seus temas de uma forma única e especial.
Feliz aniversário Clint.
Se eu fosse mais disciplinado, poderia ter sido
músico
por CLINT
EASTWOOD
Primeiro, eu era mais alto do que a
maioria das crianças na escola. Depois, estávamos sempre nos mudando. Redding.
Sacramento. Pacific Palisades. De volta a Redding. De volta a Sacramento.
Nilesaltão desengonçado. Vamos testá-lo.” Eu era tímido, mas passei grande
parte da infância socando os valentões.
Meu pai
tinha um casal
de filhos no início da Grande Depressão. Não havia emprego. Não havia
previdência social. Mal se conseguia sobreviver. Naquele tempo as pessoas eram
mais duronas.
Vivemos numa
geração meio
mariquinha, todo mundo diz: “Vamos lidar psicologicamente com isso?”
Naquela época, você simplesmente sentava o pau e resolvia na porrada. Mesmo que
o cara fosse mais velho e fortão, pelo menos você era respeitado por encarar a
briga, e te deixavam em paz.
Não sei
se dá para dizer
exatamente quando começou essa geração mariquinha. Talvez tenha sido quando as
pessoas começaram a se perguntar sobre o sentido da vida.
Se eu
fosse mais
disciplinado, poderia ter sido músico.
Meu pai
morreu subitamente
aos 63 anos. Simplesmente caiu morto. Por muito tempo, me perguntava: Por que
não joguei mais golfe com ele? Por que não passei mais tempo com ele? Mas
quando se está tentando fazer sucesso, a gente ignora essas pequenas coisas.
Isso te dá um certo arrependimento mais tarde, mas não há nada que se possa
fazer. Você simplesmente segue em frente.
Detalhes
menores são menos
importantes. Vamos em frente com as coisas realmente importantes.
O que
aconteceu é que eu
estava indo para a faculdade em 1950. Los Angeles City College. Um cara que eu
conhecia frequentava um curso de interpretação nas noites de quinta-feira. Ele
me falou das meninas bonitas e disse: “Por que você não vem comigo?” Então, eu
provavelmente tinha segunda intenção além da ideia de ser ator. E ele estava
certo. Tinha muitas garotas e poucos rapazes. Eu disse: “Mas é claro, eles precisam
de mim aqui.” Acabei na Universal como ator contratado.
As
pessoas no mundo inteiro adoram western. Tem aquela fantasia em relação a um sujeito que
luta contra os outros. Ou até mesmo um mau sujeito e os outros. É um contexto
mais simples, um mundo sem lei.
O último que
fiz foi em
92. Os Imperdoáveis. Um roteiro maravilhoso. Mas parecia o fim da linha
para mim nesse gênero, porque resumia tudo o que eu sentia sobre o western
naquele momento.
Tive um
problema no
Conselho Municipal. Me lembro de me levantar e ver uma senhora que estava
tricotando o tempo todo, sem nunca erguer os olhos. “Não, não, não”, ela dizia.
E eu pensei: Não pode ser assim. Quando você é eleito, tem que pelo menos
fingir que está interessado no que as pessoas estão fazendo. Como é que alguém
tem a cara de pau de simplesmente ficar sentado e não prestar atenção, não
interagir? Isso precisava ser corrigido.
Ganhar a
eleição é o tipo
da notícia boa e má. Ótimo, agora você é o prefeito. A má notícia: agora você é
o prefeito.
Garantir
que as palavras “servidor
público” não sejam esquecidas. Por isso eu me candidatei. Porque pensei, eu não
preciso disso. O fato de eu não precisar me fez pensar que eu poderia fazer
mais. É das pessoas que precisam disso que eu desconfio.
Barack
Obama seria
inimaginável quando eu era criança. Muitas orquestras grandes vinham a Seattle
quando eu era jovem. Os músicos podiam tocar, mas não podiam frequentar o
clube.
Tenho
filhos com
outras mulheres. Tenho que reconhecer o mérito de Dina por reunir todos eles.
Ela nunca teve aquela coisa de ego da segunda mulher. O instinto natural
poderia ter sido de matar todo mundo, uma mentalidade de mulher das cavernas.
Mas ela conseguiu juntar todos. Ela é simpática com a minha primeira mulher,
amigável com minhas ex-namoradas. Ela se esforçou para unir todos nós. Isso
exerceu imensa influência na minha vida.
Não, eu
não tenho que
treinar aquele grunhido. Simplesmente vou lá e faço. Quando você está no
personagem, você está no personagem. Não fico pensando: Vou grunhir aqui, o u
vou gemer ali.
É por
isso que não ensaio muito e
filmo imediatamente. Tenho ideias sobre para onde gostaria de levar o
personagem, mas nós dois acabamos indo juntos.
Estávamos
fazendo Na Linha
de Fogo. John
Malkovich está no topo de um prédio, numa situação bem precária. Meu personagem
é louco, saca uma arma e enfia na cara de John, e John põe a boca no cano da
arma. Eu não tenho ideia de que tipo de símbolo maluco era aquele. Nós
certamente não ensaiamos nada parecido. Tenho certeza que ele não pensou
naquilo quando ensaiamos. Simplesmente estava lá. Como sir Edmund Hillary
falando sobre o porquê de fazer alguma coisa: porque está lá. É por isso que se
escala o Everest. É como um pequeno intervalo de tempo, e assim como uma ideia
vem rápido, você simplesmente a joga fora e descarta. É só fazer antes de
descartá-la.
Continuamos
dizendo sempre:
“Chegamos até aqui, não vamos estragar tudo pensando.”
Você olha
para um Velásquez da fase
escura e pergunta: Como é que ele conseguiu pintar assim? Tenho certeza que ele
não disse para si mesmo: “Estou aqui na minha fase escura, então tenho que
pintar dessa maneira.” Ele simplesmente pintou. É quando a verdadeira arte tem a
chance de entrar em cena.
Menina de
Ouro ganhou o
Oscar. Foi legal, foi ótimo. Mas não dá para se impressionar com isso.
Muitíssimos filmes bons não ganharam o Oscar, então isso não tem muita
importância. Cartas de Iwo Jima foi indicadas ao Oscar. Não ganhamos,
mas aquele filme era o melhor que eu poderia fazer. Será que ele merecia menos
do que algum outro filme? Mas há outros aspectos que entram em jogo. No final,
você tem simplesmente que ficar feliz com o que fez. Ali está você.
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