terça-feira, 19 de julho de 2011



Hoje, quando acordei, pouco antes de levantar, liguei o radio e estava ouvindo um pouco de música. Gosto de fazer isso, parece que o dia começa melhor, coloco as idéias no lugar e plenejo o que farei, como farei e por ai vai. Na programação da emissora existe um momento para reflexão, onde é lida uma mensagem espiritual, sempre calma, mas com alto grau de qustinamentos. Foi ai que pensei:


- Deus, essa é uma boa ferramenta para conversarmos. Uma boa oportunidade de me mostrar algo... Para me mandar um sinal...


E seguiu a mensagem:


Conta-se que um velho árabe analfabeto orava toda noite com tanto fervor e com tanto carinho que, certa vez, o rico chefe de uma grande caravana chamou-o e lhe perguntou:


Por que oras com tanta fé? Como sabes que Deus existe, se nem ao menos sabes ler?


O crente fiel respondeu:


Grande senhor, conheço a existência de nosso Pai Celeste pelos sinais dEle.


Como assim? - Indagou o chefe, admirado.


O servo humilde explicou:


Quando o senhor recebe uma carta de pessoa ausente, como reconhece quem a escreveu?


Pela letra. Respondeu.


E quando o senhor admira uma joia, como é que se informa sobre a sua autoria?


Pela marca do ourives, é claro.


O servo sorriu e acrescentou:


Quando ouve passos de animais, ao redor da tenda, como sabe, depois, se foi um carneiro, um cavalo, um boi?


Pelos rastros, respondeu o chefe, surpreendido.


Então, o velho crente convidou-o para ir para fora da barraca e, mostrando-lhe o céu, onde a lua brilhava, cercada por milhares de estrelas, exclamou, respeitoso:


Senhor, aqueles sinais lá em cima, não podem ser de homens!


Naquele momento, o orgulhoso caravaneiro rendeu-se às evidências e, ali mesmo na areia, sob a luz prateada do luar, começou a orar também.


* * *


Deus, mesmo sendo invisível aos nossos olhos, deixa-nos sinais das mais variadas formas: na manhã que nasce calma e silenciosa...


No calor do sol que aquece os seres e permite a vida...


Na chuva que molha a relva, corre nos leitos dos rios e refresca as areias quentes das praias solitárias...


Os sinais de Deus estão nas pastagens verdes que alimentam o gado... e na vida teimosa do sertão esturricado pelo calor escaldante dos verões...


Podemos encontrar sinais de Deus nos campos floridos de todos os continentes... e no canto alegre do pássaro que desperta a madrugada...


Os sinais de Deus também são visíveis nas noites bordadas de estrelas e nas tempestades que limpam a atmosfera com seus raios purificadores.


* * *


Vale lembrar que as obras feitas pelos homens são assinadas para que não se confunda o autor. Já as obras de Deus não trazem Sua assinatura pelo simples fato de que só Ele é capaz de fazê-las, ninguém mais.


É por essa razão que Deus não precisa colocar Seu nome numa etiqueta, em cada campina que existe, porque só Ele faz campinas.


Partindo do princípio de que não há obras sem autoria, tudo o que não é obra do homem, só pode ser obra de Deus.


Como disse o grande poeta francês Victor Hugo: Deus é o invisível evidente.


* * *


Até um louco sabe contar as sementes que há numa maçã; mas só Deus sabe contar as maçãs todas que há numa semente.

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